Macaco com paralisia volta a caminhar com implante no cérebro

Macaco volta a andar com implante no cérebro

Pela primeira vez na história, um implante cerebral foi usado para restaurar o movimento em primatas com paralisia. Ainda precisaremos de alguns anos para testes em humanos, mas o primeiro passo foi dado.

Um novo estudo foi publicado (em inglês) na revista de ciências Nature, que descreve uma nova interface neurotransmissora que funciona com uma ponto wireless entre o cerébro a medula espinhal, passando por cima da lesão. Chamado de “brain-spine interface” (interface cérebro-espinha), o sistema restaurou o movimento na perna de dois macacos. O sistema foi desenvolvido pelo neurocientista Grégoire Courtine e seus colegas do Instituto Federal Suíço de tecnologia em Lausanne, com ajuda de pesquisadores da Universidade de Bordeaux, Motac Neuroscience e do Hospital Universitário de Lausanne.

Anteriormente, em 2012, Courtine usou um coquetel químico para “Acordar” a medula de ratos paraplégicos, permitindo que eles caminhassem, corressem e evitassem obstáculos. Nesse último experimento, o time de Courtine escolheu um caminho diferente, que envolveria implantes no cérebro e na área danificada da medula, e os cientistas estão otimistas com relação ao uso do sistema sem seres humanos.

A paralisia acontece quando uma lesão na medula impede que o cérebro envie sinais do Cortex Motor para os neurônios que ativam os músculos. Infelizmente, os nervos da medula não se curam espontaneamente após a lesão, e os cientistas não conseguiram evoluir com técnicas para restaurar esses nervos. A organização mundial da saúde estima que entre 250 e 500 mil pessoas sofrem algum dano na medula por ano.

A interface cérebro-espinha desvia da área danificada atráves de uma conexão wireless (sem fio). O chip instalado no cérebro identifica corretamente a atividade gerada pelo Córtex Motor e repassa para o chip implantado na medula. Um choque de alguns poucos volts no local correto, ativa os músculos e permite o movimento.

Os macacos conseguiram caminhar livremente, sem a necessidade de serem ligados a fios ou algum item eletrônico. Os macacos, que possuem lesões parciais na medula,  mostraram um progresso imediato, recuperando a mobilidade completa após 3 meses.

Os cientistas estão esperançosos que o dispositivo possa funcionar em lesões mais sérias, mesmo que seja necessário alguma outra intervenção em conjunto (quimica ou elétrica).

Se tudo correr bem, em alguns anos poderemos acompanhar os primeiros testes com humanos, pois todos os componentes usados no sistema já foram aprovados para uso em humanos.

 

Fonte: Gizmodo US

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